Formação Tecnológica, Bacharelado e licenciatura

    O Brasil conta com um sistema de ensino amplo e com grandes perspectivas futuras. Com as novas políticas educacionais cria - se oportunidades de desenvolver um ensino de qualidade. A educação superior brasileira forma profissionais em diferentes instâncias. Os cursos oferecem formação de tecnólogo, licenciatura e bacharelado. Existem no entanto, diferenças consideráveis entre estes três níveis.
    Os cursos de formação de tecnólogos têm por objetivo a especialização de pessoas em determinadas áreas profissionais. Estes cursos superiores de tecnologia são de graduação, com características especiais, tendo por finalidade a obtenção de diploma de tecnólogo. 
    O ensino tecnológico objetiva garantir às pessoas a aquisição de competências profissionais tornando – as aptas para a inserção em setores profissionais que tenham a utilização de tecnologias.
    O curso de formação tecnológica tem o mesmo status dos cursos superiores,  vem ganhando espaço e crescendo gradativamente. Este novo comportamento é parte de um projeto feito pelo MEC que trabalha na  expansão deste nível.
    A formação de tecnólogos é voltada para o mercado e ajuda no desenvolvimento regional. 
   Os cursos de licenciatura são voltados para a formação de professores. A licenciatura habilita seu titular a ministrar aulas em escolas de Ensino Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. O licenciado, assim como o Bacharel, pode atuar como  professor em universidades, na categoria de professor auxiliar, mas a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação dificulta tal atividade uma vez que prioriza docentes com Mestrado, Doutorado, Pós Doutorado ou Livre Docência.
    O grau de bacharel é conferido no nível de graduação na maioria das áreas do conhecimento humano.  São obtidos normalmente em cursos superiores de quatro anos. Alguns cursos, oferecem duas habilitações, bacharel e licenciado.

O CONAE e suas diretrizes

    Foi realizada em abril de 2010, na capital federal, Brasília, a CONAE. Este encontro trata - se de um “espaço democrático aberto pelo Poder Público para que todos possam participar do desenvolvimento da Educação Nacional.” A CONAE teve o seguinte tema: Construindo um Sistema Nacional Articulado de Educação: Plano Nacional de Educação, suas Diretrizes e Estratégias de Ação.
    Foram discutidas questões referentes a todos os níveis da educação (Educação Básica e Ensino Superior), em suas diferentes etapas e modalidades, ou seja, desde a educação infantil até a pós-graduação.
    Para garantir que todos tenham oportunidade de contribuir para o desenvolvimento da educação, em 2009 foram realizadas Conferências Municipais (primeiro semestre) e Conferências Estaduais (segundo semestre). As contribuições de agentes públicos, profissionais da educação (técnicos, gestores e docentes), estudantes e membros da sociedade nas Conferências Municipais e Estaduais foram levadas à CONAE 2010.
    A Comissão Organizadora Nacional é coordenada por Francisco das Chagas (Secretário Executivo Adjunto) e composta por 35 membros, que representam o Ministério da Educação e suas diferentes secretarias, o Senado e a Câmara, além de representantes dos estados e municípios, entre outros.
    Os eixos temáticos propostos são os seguintes:
I – Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e Regulação da Educação Nacional;
II – Qualidade da Educação, Gestão Democrática e Avaliação;
III – Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar.
IV – Formação e Valorização dos Trabalhadores em Educação.
V – Financiamento da Educação e Controle Social.
VI – Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade.
    Cada eixo é ainda ramificado em diversos sub-temas, de forma a abarcar mais aspectos relacionados à educação. No eixo VI, por exemplo, que propõe a reflexão sobre “Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade”, foram abordadas questões atuais como Estratégias de Superação à Violência no Ambiente Educacional; Educação e Relações Étnico-Raciais e Multiculturais; Direito à Educação para Adolescentes em medidas Sócio-educativas e para Pessoas Privadas de Liberdade; Educação e Diversidade Sexual, entre outros.
    Dentre os objetivos da CONAE, destacam-se as reflexões sobre as políticas públicas necessárias para que o direito à educação de qualidade seja universal, tanto na educação básica como no ensino superior, de forma a assegurar a formação integral do cidadão e garantir o respeito à diversidade.
    Os temas foram tratados com muita seriedade. Foi gerado nesse encontro o PNE - Plano Nacional de Educação - que trás como princípios a manutenção e o desenvolvimento da educação de 2011 a 2020. O PNE prevê ações para erradicação do analfabetismo e elevação dos investimentos em educação e dá margem a debates sobre sua eficiência. Para tal foi delegado à variadas pessoas e em oficial para o filósofo Paulo Ghiraldelli a função de fazer uma crítica às propostas apresentadas.
    O filósofo propõe cinco pontos que nortearão sua crítica. São eles: a profissão do professor, a carreira do professor, o conhecimento do professor, a formação do professor e o ensino a distancia e os gastos do governo com educação. Partindo destes cinco pontos pode - se dizer que, entre os desafios, sem dúvida, os mais importantes são: extinguir o analfabetismo; ampliar os investimentos em educação pública, atingindo 10% do PIB até 2014; valorizar os profissionais da educação; implantar a escola de tempo integral na educação básica; universalizar o atendimento público e gratuito da pré-escola, ensino fundamental de nove anos e ensino médio; democratizar a oferta de vagas no ensino superior; expandir a educação profissional; garantir oportunidades para estudantes com deficiência, indígenas, afro-descendentes e povos do campo; implantar o Sistema Nacional de Educação, em regime de colaboração entre União, Estados e Municípios; e estabelecer padrões de qualidade para cada modalidade de educação.
    A principal cobrança feita pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) foi para que o novo PNE traga instrumentos para punir os agentes públicos que não cumprirem os compromissos firmados. “A lei deve ser mais que um conjunto de objetivos e metas.” Outro ponto de grande importância são as formas de se avaliar a eficiência desse novo “ensino”. O filósofo Paulo Ghiraldelli analisa esta questão e dá seu diagnóstico como falho a partir do momento em que os métodos atuais não são de fácil interpretação popular, deixando assim um abismo entre a população e a eficiência da educação. Ele propõe que estes métodos sejam alterados para que se tenham dados que realmente possam ser vistos e debatidos por todas as esferas sociais.
    O PNE foi desenvolvido de maneira clara e se propõe a fazer um trabalho eficiente na melhoria do ensino, com metas realistas e possíveis. O comprometimento com essas metas deve ser não só dos responsáveis por fazer do programa uma realidade, mas também de quem efetivamente estará com os alunos, “o compromisso com o PNE deve existir em todos os envolvidos com a educação.”

A história do ensino superior no Brasil. Três pontos importantes em sua construção.

    Na história do ensino superior no Brasil, pode - se constatar aspectos importantes e de grande contribuição para a formação de nosso sistema de ensino atual. Destaco em minha sinopse três pontos.
1º A transferência da família real portuguesa para o Brasil em 1808 traz uma necessidade de se modificar o ensino superior. Foram implantados cursos e academias com a função de criar burocratas. D. João VI criou um núcleo de ensino superior modelo, este que deu inicio às estruturas de hoje. Mesmo com a criação desses novos cursos não foram criadas universidades, tudo acabou sendo organizando em institutos ou faculdades. Com isso o Brasil ficou atrás em relação à América espanhola que na época de nossa independência já possuía 27 universidades.
2º No período de 1891 a 1910 houve no Brasil uma expansão no número de universidades públicas e privadas que provocou mudanças qualitativas na educação.
3º Com a tomada do poder pelos militares em 1964, foram estabelecidos vários acordos educacionais entre o Brasil e os Estados Unidos. O governo militar realizou uma reforma complexa no ensino superior, procurava reduzir os custos e transformar a universidades em empresas. A universidade durante o período militar se tornou mais burocrática, acentuando a exclusão social e privilegiando a burguesia.     

O ENADE como forma de avaliação segura e integrada. Como fazer essa ferramenta funcionar?

    O ENADE (exame nacional de desempenho do estudante), como todos sabem, passa a ser universal e não mais por amostragem.  Torna – se, portanto, obrigatório para a formação acadêmica. Contudo, nota – se um crescente boicote e uma falta de compromisso muito grande de parte dos estudantes. Este instrumento avaliativo deveria ser levado mais a sério pelo governo e pelos universitários.  Temos um sistema de avaliação de desempenho que não é reconhecido pelos estudantes e que não lhes desperta o devido interesse. Diante dessas afirmações qual deve ser o papel do professor na formação de um indivíduo consciente de seus deveres educacionais? Seria mesmo verdade o resultado presente nessas provas?
     O ENADE está presente na formação acadêmica, entretanto, o compromisso empregado por parte dos estudantes é bem pequeno.  O processo de conscientização não é construído desde os primeiros anos da faculdade, o estudante não é estimulado e não recebe as devidas orientações sobre a importância desse instrumento avaliativo. Devem partir da instituição e do professor os esclarecimentos necessários para que o aluno possa valorizar e perceber que o conceito obtido fará parte de sua formação. O ENADE, hoje, não nos remete ao verdadeiro conhecimento universitário por estar dentro de uma etapa desvalorizada. Poderíamos obter melhores desempenhos se trabalhássemos a conscientização dos estudantes.

A avaliação e o verdadeiro aprendizado

    A instituição de ensino faz parte de um complexo sistema de conceitos e de fórmulas sociais previamente definidas. Mudar a mentalidade da sociedade se torna uma tarefa impossível em curto prazo, toda mudança feita em uma esfera maior, é complicada e utiliza – se de um bom tempo. Com a avaliação não é diferente. O conceito avaliativo até muito pouco tempo era totalmente inadequado e com o objetivo de selecionar. Felizmente essa mentalidade está sendo modificada ao longo desses últimos anos. A avaliação vem sendo trabalhada para tornar - se uma via de mão dupla, que avalia o conhecimento do aluno e ao mesmo tempo a capacidade do professor. Discute – se muito sobre avaliação da aprendizagem, mas pouco se tem mudado em relação aos métodos tradicionais de ensino, uma mudança maior deve ser feita em todo o sistema, não só na parte final desse processo. O modelo que usamos nos solicita que estejamos sempre aplicando provas e questionários que nos farão selecionar os melhores, seja no inicio da sua vida escolar ou mesmo no final. A avaliação deve ser feita de forma gradativa, observando sempre o contexto social e a vivência do aluno. Se nossa grande qualidade está em nossas diferenças, por que esperar que tudo seja aprendido de forma igual?
    "A avaliação deveria remeter o aluno ao êxito e ao sucesso”,  este deve ser o objetivo de todo o sistema educacional desde a pré-escola até  a graduação. A avaliação deve fazer parte de nosso sistema escolar e deve nos auxiliar a medir se o conteúdo foi assimilado. Ela não deve ser encarada como um desestimulador da educação, pelo contrário, como nos diz Alvarez (2002: 15-16) “a avaliação é uma excelente oportunidade para que quem aprende ponha em prática seus conhecimentos e sinta necessidade de defender suas idéias, suas razões, seus saberes. Também deve ser o momento no qual, além das aquisições, aflorem as dúvidas, as inseguranças, o desconhecimento, se realmente há intenção de superá-los”. Nesse contexto vejo a avaliação como um  instrumento de estimulação do aluno. O grande segredo, no entanto, é fazer esse instrumento se tornar uma via de mão dupla, onde tudo pode ser questionado e debatido. Temos que deixar de lado a cultura de se estudar somente para se obter as respostas que nos farão “aptos” para a próxima etapa do ensino.
    O aluno deve desenvolver consciência para julgar o que é coerente ou não. Essa consciência, no entanto, não deve ser decisiva para aceitar qualquer resposta como correta mas antes para através das várias respostas conseguir chegar a um consenso que se traduza em algo bom e útil para a sociedade” . A instituição ao mesmo tempo que trata o aprendizado do aluno, considerando sua vivência, deve preocupar - se em trasforma - lo em um ser capaz de realizar julgamentos. O que se deseja é sem duvida uma escola mais humana e que trabalhe como um escultor, deixando de lado as formar mecânicas.
    A avaliação e tão importante quanto o planejamento. De fato um bom sistema terá sempre de avaliar seus usuários, porém as formas de se avaliar devem ser debatidas. É importante que tenhamos em mente que não só as formas tradicionais e usuais servem para diagnosticar possíveis falhas, todo o processo é obrigatoriamente interativo. A avaliação nesse contexto torna – se diária.

"O Processo Ensino - Aprendizagem e o Papel do Professor como Gestor do Pensar"

    O autor Gilberto Teixeira nos mostra em sua obra que é muito importante ter consciência de que é impossível ensinar sem o apoio teórico. Os professores têm um papel central no processo de aprendizagem, pois é sobre eles que recai a tarefa de por em prática as formas de educação desenvolvidas.
    O autor reafirma a importância de que o enfoque do processo ensino-aprendizagem passe a ser centralizado no aluno e não no professor; - “que o aprender seja mais importante que o ensinar”. - Na relação professor aluno existem muitos aspectos a serem considerados para que haja aprendizagem, as relações que são estabelecidas entre eles são de grande importância. O professor deve buscar sempre manter uma interação com seus alunos que propicie a aprendizagem. Deve estar sempre se aperfeiçoando, deve buscar caminhos para melhorar seu trabalho. “É educativa a postura do professor como garimpeiro do ensino, como alguém que não tem métodos ou processos definitivos, mas alguém que está sempre procurando uma forma melhor de exercer o seu trabalho, contando mesmo com a parceria dos estudantes, pois passa para o aprendente o conceito verdadeiro da avaliação, visando um aperfeiçoamento continuo e a atitude de busca, de procura de novas soluções, tão importante no mundo atual.”
    O autor faz considerações importantes sobre a profissão docente. Nos fala que ensinar significa “marcar com um sinal” para que esse processo possa se concretizar não podemos perder o sentido do que fazemos, o aprender só está presente quando ensinamos com sentido.  O professor trabalha centrado na vida, tem o papel de construir significados. Motivar e fazer com que o aluno compreenda a utilidade e a importância do que está sendo estudado faz parte das tarefas do professor.    



Redemocratização do Brasil. “A democracia não constituí um valor universal para a nossa sociedade.”

    “É preciso dizer que a ‘Ação’ tem quase sempre significado a recusa à democracia; a ‘Reação’, a busca da democracia; e a ‘Transação’, o abrandamento daquela recusa.” (Evaldo Vieira).

    Em 1985, depois de uma campanha pelas eleições diretas que reuniu multidões nas principais cidades do país, mas foi derrotada no Congresso dominado pelos partidários do governo militar, Tancredo Neves foi eleito pelo Congresso e seria o primeiro presidente civil do Brasil depois de 21 anos, caso não adoecesse gravemente na véspera de sua posse. O vice-presidente, José Sarney, assumiu a presidência da República e, diante de uma grande inflação e uma enorme dívida externa, promoveu um programa de austeridade que incluía uma nova unidade monetária, o cruzado. Uma nova Constituição, a chamada Constituição Cidadã, foi promulgada em outubro de 1988. Uma das grandes inovações da constituição foi a decretação das eleições livres em todos os níveis. Em dezembro de 1989, Fernando Collor de Mello, do Partido da Reconstrução Nacional, de tendência conservadora, ganhou as primeiras eleições diretas realizadas no país em quase 30 anos. Seu drástico programa antiinflacionário contribuiu para piorar a recessão no Brasil durante o começo da década de 1990, e sua popularidade foi seriamente abalada devido às acusações de corrupção de que o seu governo foi alvo. Em setembro, o processo de impeachment do então presidente Fernando Collor foi apreciado pela Câmara dos Deputados e, em dezembro, pelo Senado Nacional. Collor renunciou ao seu cargo, numa tentativa de evitar a cassação dos seus direitos políticos, mas o Senado decidiu que eles fossem suspensos por oito anos. O vice-presidente Itamar Franco assumiu a presidência.
    Um plano para reestruturar a economia do país e reduzir a dívida externa do Brasil foi colocado em prática em abril de 1994. Este plano, conhecido pelo nome de Plano Real, foi criado pelo então ministro da Fazenda do governo de Itamar Franco, o social-democrata Fernando Henrique Cardoso.
    Em outubro de 1994, Fernando Henrique, candidato do Partido Social Democrático Brasileiro, disputou as eleições presidenciais com Luís Inácio Lula da Silva, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT). A campanha eleitoral foi marcada pela discussão de amplas reformas econômicas e sociais. Fernando Henrique Cardoso ganhou ainda no primeiro turno.
    Ao ser eleito, Fernando Henrique apresentou uma série de reformas ao Congresso, cujo objetivo era redesenhar o Estado brasileiro, até então muito presente em todos os setores da vida nacional. Em nome do aprofundamento dessas reformas, o presidente mobilizou os setores que o apoiavam no Congresso para aprovar a emenda da reeleição em janeiro de 1997. No entanto, as medidas de emergência com as quais o governo tentou minimizar os efeitos da crise asiática na economia brasileira provocaram grande insatisfação na população, particularmente nos grandes centros urbanos, onde o desemprego cresceu de modo significativo.
    Nas eleições de outubro de 1998, o presidente Cardoso enfrentou novamente a candidatura de Lula, assim como a do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, e foi reeleito no primeiro turno. No entanto, as conseqüências da crise internacional provocada pela inadimplência da Rússia, cujos efeitos só ficaram claros depois da eleição, reduziram o apoio com que o presidente tinha sido eleito.
    O Brasil passou por um processo drástico e violento em relação à democracia. O golpe militar nos trouxe grandes derrotas democráticas, o que era tratado por seus idealizadores como ‘revolução’ hoje é visto como um processo de dominação e controle sobre classes, porém com o passar dos anos esse sistema veio perdendo força e se mostrando muito ineficaz. No período conhecido como Nova República, - nome dado ao primeiro governo civil após o regime militar - tivemos grandes lutas e conseqüentemente grandes vitórias democráticas, um exemplo é sem duvida as manifestações em relação às eleições diretas. Luta essa que não nos deu vitória imediata, mas trouxe a tona e reergueu um debate justo e necessário. A sociedade se inflamou e esse período se tornou de grande questionamento popular sobre os governantes. Na década de 1990 também tivemos manifestações populares – nota-se nestes anos um abrandamento ao sentimento de recusa. Abrandamento esse que vem se ampliando ao longo dos anos.
    Nesses anos seguintes a Ditadura, período onde a democracia foi tão desejada, buscada e sem dúvida bem aceita, obtivemos vitórias que com o abrandamento a recusa não pode se estender a todos os Brasileiros. Vivemos em Brasis onde muito deve ser mudado, onde a democracia não constitui um valor universal, onde a desigualdade é muito grande, em Brasis onde o regime ditatorial só mudou de nome.

O Milagre Economico Brasileiro

    Em relação ao periodo ditatorial (1964 - 1985), o chamado "milagre brasileiro" apresenta um paradoxo: seriam anos de chumbo ou anos de ouro?

    A resposta para esta pergunta nos dias de hoje está fundamentada nas inposições elitistas e em outros fatores que não obistante desta condição nos remetem a pensar em uma sociedade ditatorial forçada, não aceita, e não em costruções históricas de sociedades concretas.

    A ditadura militar no Brasil foi um governo iniciado em abril de 1964, após um golpe articulado pelas Forças Armadas, em 31 de março do mesmo ano, contra o governo do presidente João Goulart.
As forças armadas tinham um projeto político-ideológico definido e  para executá-lo, pretendiam permanecer longamente no poder.

    Logo após o golpe de 1964, em seus primeiros 4 anos, a ditadura foi endurecendo e fechando o regime aos poucos. O período compreendido entre 1968 até 1975 foi determinante para a nomenclatura histórica conhecida como "anos de chumbo".

    Querendo impor um modelo sócio, político e econômico para o Brasil, a ditadura militar no entanto tentou forjar um ambiente democrático, e não se destacou por um governante definido ou personalista. Durante sua vigência, a ditadura militar não era oficialmente conhecida por este nome, mas pelo nome de "Revolução" - os golpistas de 1964 sempre denominaram assim seu feito - e seus governos eram considerados "revolucionários". A visão crítica do regime só começou a ser permitida a partir de 1974, quando o general Ernesto Geisel determinou a abertura lenta e gradual da vida sócio-política do país.

    Os Anos de Chumbo foram o período mais repressivo da ditadura militar no Brasil, estendendo-se basicamente do fim de 1968, com a edição do AI-5 em 13 de dezembro daquele ano, até o final do governo Médici, em março de 1974. Alguns, reservam a expressão "anos de chumbo" especificamente para o governo Médici. O período se destaca pelo feroz combate entre a extrema-esquerda, de um lado, e de outro, o aparelho policial-militar do Estado, eventualmente apoiado por organizações paramilitares, tendo como pano de fundo, o contexto da Guerra Fria.

    Foram também os anos do chamado milagre econômico brasileiro, período de intenso crescimento econômico. De 1968 a 1973 o PIB do Brasil cresceu acima de 10% ao ano, em média, apesar da inflação, que oscilou entre 15% e 20% ao ano, e da grande concentração de renda, com redução dos salários reais, acentuação da desigualdade  social e aumento da pobreza, com cerceamento às liberdades individuais associado à repressão política.

    Foram feitas grandes obras, que foram essenciais e serviram como base para o crescimento econômico atual, exemplos dessas obras são: a usina elétrica de Itaipu e a ponte Rio-Niterói.

    É fato que no período da ditadura houve uma grande contestação e uma grande repressão, porém a maior parte da sociedade aceitava as condições impostas pela ditadura e se mantia com elas. Os “Anos de Chumbo” foram o período mais fechado da ditadura militar onde a repressão foi mais forte, mas nem por isso foi o único período de contestação da oposição. Neste momento histórico houve também um grande crescimento da economia, - acima de 10% ao ano - que ficou comumente conhecido como “Milagre Econômico’, porém as desigualdades sociais foram acentuadas e este chamado “Milagre Econômico” ocorreu somente para uma parcela da população. 
   
    “A ditadura instaurou-se sob o signo do medo. Medo de que as desigualdades fossem questionadas por um processo de redistribuição de renda e de poder. Ora, através dos anos mantiveram-se e se consolidaram essas desigualdades. Não teria sido esta a maior obra da ditadura?” Não estaria ela pronta para ressuscitar tão  logo apareçam novas ameaças à ordem?


O Populismo e o trabalhismo. O que são?

    Estudos recentes propõe analisar historicamente o conceito de trabalhismo, com vista a refutar o termo populismo, que transmite a idéia de uma classe trabalhadora "passiva" e sem consciência, sempre destinada a ser "manipulada" por políticos demagogos. Para Angela de Castro, o trabalhismo pode ser definido como "uma categoria, passando a se referir a um certo conjunto de idéias e práticas politicas, partidarias e sindicais, o que poderia ser identificado para além de seu contexto de origem histórica: O estado novo. " (Gomes, 2001, p.55).

    Trabalhismo é uma forma de fazer política que coloca o trabalho e o trabalhador em primeiro lugar. Procura fazer leis que organizem as formas de trabalho e favoreçam o trabalhador. É a denominação dada ao movimento do operariado para defesa dos seus interesses políticos e econômicos.

    O trabalhismo prega o primado do trabalho sobre o capital. O que isso quer dizer? Que o real valor é da força do homem, do seu trabalho, de sua capacidade física e intelectual.

    A construção da identidade do trabalhador brasileiro, por primeiro, marca o atraso, pela desvalorização que a escravidão deixou no trabalho. Deste fato surge a necessidade de redefini-lo tanto como fator de grandeza como de felicidade para o homem, riqueza e progresso para a sociedade. Devido ao desencanto com a República, os trabalhadores são olhados como desgraçados passando a serem reprimidos ostensivamente. No Estado pós 30, há um controle do mercado de trabalho, assim um conjunto de leis, não tão eficazes até 40. Com Vargas há uma união entre povo e Estado, o Ministério do Trabalho nacionaliza a mão-de-obra, controla a orientação da migração interna, fazendo medidas na área da previdência, da medicina social, alimentação, habitação, educação, cultura e recreação.

    Populismo é utilizado para designar um conjunto de movimentos políticos que  propoem colocar, no centro de toda ação política, o povo enquanto massa em oposição aos mecanismos de representação próprios da democracia representativa.

    A política populista caracteriza-se menos por um conteúdo determinado do que por um "modo" de exercício do poder, através de uma combinação de plebeísmo, autoritarismo e dominação carismática. Sua característica básica é o contato direto entre as massas urbanas e o líder carismático, supostamente sem a intermediação de partidos ou corporações.. Isso implica num sistema de políticas ou métodos para o aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo, além da classe média urbana, como forma de angariar votos e prestígio através da simpatia daquelas. Esse pode ser considerado o mecanismo mais representativo desse modo de governar.

    O populismo é uma expressão política que encontra representantes tanto na Esquerda quanto na Direita. No entanto, os regimes populistas freqüentemente dedicaram-se à repressão policial dos movimentos de Esquerda e sempre realizaram sua ação reformista dentro de um quadro puramente capitalista.