A avaliação e o verdadeiro aprendizado

    A instituição de ensino faz parte de um complexo sistema de conceitos e de fórmulas sociais previamente definidas. Mudar a mentalidade da sociedade se torna uma tarefa impossível em curto prazo, toda mudança feita em uma esfera maior, é complicada e utiliza – se de um bom tempo. Com a avaliação não é diferente. O conceito avaliativo até muito pouco tempo era totalmente inadequado e com o objetivo de selecionar. Felizmente essa mentalidade está sendo modificada ao longo desses últimos anos. A avaliação vem sendo trabalhada para tornar - se uma via de mão dupla, que avalia o conhecimento do aluno e ao mesmo tempo a capacidade do professor. Discute – se muito sobre avaliação da aprendizagem, mas pouco se tem mudado em relação aos métodos tradicionais de ensino, uma mudança maior deve ser feita em todo o sistema, não só na parte final desse processo. O modelo que usamos nos solicita que estejamos sempre aplicando provas e questionários que nos farão selecionar os melhores, seja no inicio da sua vida escolar ou mesmo no final. A avaliação deve ser feita de forma gradativa, observando sempre o contexto social e a vivência do aluno. Se nossa grande qualidade está em nossas diferenças, por que esperar que tudo seja aprendido de forma igual?
    "A avaliação deveria remeter o aluno ao êxito e ao sucesso”,  este deve ser o objetivo de todo o sistema educacional desde a pré-escola até  a graduação. A avaliação deve fazer parte de nosso sistema escolar e deve nos auxiliar a medir se o conteúdo foi assimilado. Ela não deve ser encarada como um desestimulador da educação, pelo contrário, como nos diz Alvarez (2002: 15-16) “a avaliação é uma excelente oportunidade para que quem aprende ponha em prática seus conhecimentos e sinta necessidade de defender suas idéias, suas razões, seus saberes. Também deve ser o momento no qual, além das aquisições, aflorem as dúvidas, as inseguranças, o desconhecimento, se realmente há intenção de superá-los”. Nesse contexto vejo a avaliação como um  instrumento de estimulação do aluno. O grande segredo, no entanto, é fazer esse instrumento se tornar uma via de mão dupla, onde tudo pode ser questionado e debatido. Temos que deixar de lado a cultura de se estudar somente para se obter as respostas que nos farão “aptos” para a próxima etapa do ensino.
    O aluno deve desenvolver consciência para julgar o que é coerente ou não. Essa consciência, no entanto, não deve ser decisiva para aceitar qualquer resposta como correta mas antes para através das várias respostas conseguir chegar a um consenso que se traduza em algo bom e útil para a sociedade” . A instituição ao mesmo tempo que trata o aprendizado do aluno, considerando sua vivência, deve preocupar - se em trasforma - lo em um ser capaz de realizar julgamentos. O que se deseja é sem duvida uma escola mais humana e que trabalhe como um escultor, deixando de lado as formar mecânicas.
    A avaliação e tão importante quanto o planejamento. De fato um bom sistema terá sempre de avaliar seus usuários, porém as formas de se avaliar devem ser debatidas. É importante que tenhamos em mente que não só as formas tradicionais e usuais servem para diagnosticar possíveis falhas, todo o processo é obrigatoriamente interativo. A avaliação nesse contexto torna – se diária.

Nenhum comentário: