Em relação ao periodo ditatorial (1964 - 1985), o chamado "milagre brasileiro" apresenta um paradoxo: seriam anos de chumbo ou anos de ouro?
A resposta para esta pergunta nos dias de hoje está fundamentada nas inposições elitistas e em outros fatores que não obistante desta condição nos remetem a pensar em uma sociedade ditatorial forçada, não aceita, e não em costruções históricas de sociedades concretas.
A ditadura militar no Brasil foi um governo iniciado em abril de 1964, após um golpe articulado pelas Forças Armadas, em 31 de março do mesmo ano, contra o governo do presidente João Goulart.
As forças armadas tinham um projeto político-ideológico definido e para executá-lo, pretendiam permanecer longamente no poder.
Logo após o golpe de 1964, em seus primeiros 4 anos, a ditadura foi endurecendo e fechando o regime aos poucos. O período compreendido entre 1968 até 1975 foi determinante para a nomenclatura histórica conhecida como "anos de chumbo".
Querendo impor um modelo sócio, político e econômico para o Brasil, a ditadura militar no entanto tentou forjar um ambiente democrático, e não se destacou por um governante definido ou personalista. Durante sua vigência, a ditadura militar não era oficialmente conhecida por este nome, mas pelo nome de "Revolução" - os golpistas de 1964 sempre denominaram assim seu feito - e seus governos eram considerados "revolucionários". A visão crítica do regime só começou a ser permitida a partir de 1974, quando o general Ernesto Geisel determinou a abertura lenta e gradual da vida sócio-política do país.
Os Anos de Chumbo foram o período mais repressivo da ditadura militar no Brasil, estendendo-se basicamente do fim de 1968, com a edição do AI-5 em 13 de dezembro daquele ano, até o final do governo Médici, em março de 1974. Alguns, reservam a expressão "anos de chumbo" especificamente para o governo Médici. O período se destaca pelo feroz combate entre a extrema-esquerda, de um lado, e de outro, o aparelho policial-militar do Estado, eventualmente apoiado por organizações paramilitares, tendo como pano de fundo, o contexto da Guerra Fria.
Foram também os anos do chamado milagre econômico brasileiro, período de intenso crescimento econômico. De 1968 a 1973 o PIB do Brasil cresceu acima de 10% ao ano, em média, apesar da inflação, que oscilou entre 15% e 20% ao ano, e da grande concentração de renda, com redução dos salários reais, acentuação da desigualdade social e aumento da pobreza, com cerceamento às liberdades individuais associado à repressão política.
Foram feitas grandes obras, que foram essenciais e serviram como base para o crescimento econômico atual, exemplos dessas obras são: a usina elétrica de Itaipu e a ponte Rio-Niterói.
É fato que no período da ditadura houve uma grande contestação e uma grande repressão, porém a maior parte da sociedade aceitava as condições impostas pela ditadura e se mantia com elas. Os “Anos de Chumbo” foram o período mais fechado da ditadura militar onde a repressão foi mais forte, mas nem por isso foi o único período de contestação da oposição. Neste momento histórico houve também um grande crescimento da economia, - acima de 10% ao ano - que ficou comumente conhecido como “Milagre Econômico’, porém as desigualdades sociais foram acentuadas e este chamado “Milagre Econômico” ocorreu somente para uma parcela da população.
“A ditadura instaurou-se sob o signo do medo. Medo de que as desigualdades fossem questionadas por um processo de redistribuição de renda e de poder. Ora, através dos anos mantiveram-se e se consolidaram essas desigualdades. Não teria sido esta a maior obra da ditadura?” Não estaria ela pronta para ressuscitar tão logo apareçam novas ameaças à ordem?
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