Depois da independência (1898), Cuba foi colocada sob influência dos Estados Unidos. Em 1934, Fulgência Batista assumiu o poder, com o apoio das forças dos Estados Unidos. Desde então, Batista passou a dirigir o Estado cubano nos bastidores de diversos governos, segundo interesses do imperialismo norte-americano.
A chamada Emenda Platt foi um dispositivo legal, inserido na Carta Constitucional de Cuba, que autorizava os Estados Unidos da América a intervir naquele país a qualquer momento em que interesses recíprocos de ambos os países fossem ameaçados. Desta forma, na prática, Cuba passou a ser um protetorado estadunidense. A Emenda representa a aplicação da chamada Política do Big Stick (na qual usava a força do exército para resolver problemas em um de seus estados), formulada pelo presidente estadunidense Theodore Roosevelt.
Nos anos seguintes, os investimentos estadunidenses na ilha ampliaram-se consideravelmente, fomentando a produção açucareira e os setores de transporte, serviços e de turismo.
Fidel Castro (2008): "a Emenda Platt e o colonialismo econômico que ela trouxe à ilha "foi uma das causas da revolução de 1959: "A Revolução (cubana) foi produto do domínio imperial."
Em 1952, por meio de um golpe de Estado, Fulgêncio Batista instalou no país uma ditadura.
Em 1953, um grupo de rebeldes chefiados por Fidel Castro Ruiz tentou tomar o poder por meio de um golpe contra Batista. A tentativa, porém, resultou em fracasso, e Fidel Castro foi preso.
Libertado em 1955, Fidel exilou-se no México, onde se uniu a outros exilados cubanos e organizou o retorno à ilha. No grupo de rebeldes, constituído por menos de 90 homens, destacava-se o médico argentino Ernesto Guevara de la Serna (Che).
No fim de novembro de 1956, o grupo partiu do México com destino a Cuba, onde iniciou a revolução para a tomada do poder.
Durante dois anos, a Guerra de Guerrilhas desenvolvida pelos rebeldes resultou na tomada de diversas cidades. As vitórias do grupo entusiasmavam a população, ampliando as adesões à causa revolucionária.
Em 31 de dezembro de 1958, Fulgêncio Batista fugiu para a República Dominicana; no dia seguinte, os revolucionários entraram em Havana.
Fidel Castro assumiu o controle do Estado e do Exército revolucionário, nacionalizou empresas estrangeiras e promoveu a reforma agrária, depois de expropriar terras da oligarquia cubana e de empresas norte-americanas.
Em 6 de junho de 1960, Cuba solicitou a duas refinarias de petróleo norte-americanas - Texaco e Esso - e uma inglesa, Shell, que refinassem uma partida de óleo importada da Rússia. As três companhias se recusaram a refinar o petróleo russo. Em 28 de junho Cuba nacionalizou as três refinarias.
Celina Arêas: “ O Setor de habitação foi o primeiro a ser alterado pela Revolução, nenhum habitante ficou sem moradia, quem possuía mais de uma, teve que dividir e hoje, não há indivíduos sem casa no país. No entanto, a educação sempre foi a principal prioridade dos governantes. Eles construíram um sistema de ensino gratuito que atinge desde a educação básica até a superior e zeraram os índices de analfabetismo. O comprometimento dos professores com a revolução cubana foi essencial para o sucesso da educação.”
Membros e seguidores do antigo regime ditatorial foram fuzilados ou se exilaram; o Exército regular e as forças policiais do governo Batista foram dissolvidos.
Em janeiro de 1961, os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com Cuba; em abril, exilados cubanos treinados pela CIA tentaram invadir Cuba e derrubar Fidel.
A fracassada tentativa de invasão na Baía dos Porcos (Operação Mongoose) acelerou o rompimento definitivo do governo cubano com o mundo capitalista.
Em dezembro de 1961, Fidel anunciou a adesão de Cuba ao socialismo, aproximando-se da União Soviética.
Com a derrocada da União Soviética, no fim da década de 1980, o regime cubano passou a enfrentar violenta crise econômica, acentuada pelo persistente embargo norte-americano.
O episódio conhecido como a crise dos mísseis de Cuba ocorrido em Outubro de 1962, foi um dos momentos de maior tensão da Guerra Fria. A crise é conhecida pelos russos como "crise caribenha" e pelos cubanos como "crise de outubro“.
A crise começou quando os soviéticos, em resposta a instalação de mísseis nucleares na Turquia em 1961 e à invasão de Cuba pelos estadunidenses no mesmo ano, instalou mísseis nucleares em Cuba. Em 14 de Outubro, os Estados Unidos divulgaram fotos de um vôo secreto realizado sobre Cuba apontando cerca de quarenta silos para abrigar mísseis nucleares.
Houve enorme tensão entre as duas superpotências pois uma guerra nuclear parecia mais próxima do que nunca. O governo de John F. Kennedy, apesar de suas ofensivas no ano anterior, encarou aquilo como um ato de guerra contra os Estados Unidos.
Raúl Modesto Castro Ruz (Birán, 3 de Junho de 1931) é um político cubano. É o segundo Presidente do Conselho de Estado da República de Cuba, desde 28 de fevereiro de 2008.
Ele é o irmão mais jovem do ex-presidente cubano Fidel Castro, e ocupa os seguintes cargos: presidente, vice-presidente do Conselho de Ministros, primeiro vice-presidente do Conselho de Estado de Cuba, vice-secretário do Politburo e do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC), e Supremo General das Forças Armadas (Exército, Marinha e Força Aérea), e atual primeiro na Chefia de Comando.
Em 31 de julho de 2006, Raúl Castro assumiu o cargo de presidente do Conselho de Estado durante a transferência temporária de poder em virtude da enfermidade de Fidel Castro, cargo que viria a assumir com plenos poderes a 24 de Fevereiro de 2008.
Raúl prometeu "eliminar proibições" na ilha, mas reconheceu o legado de seu irmão, que ficou mais de 49 anos a frente do poder:” Nas próximas semanas, começaremos a eliminar as (proibições) mais simples, já que muitas delas tiveram como objetivo evitar o surgimento de novas desigualdades em um momento de escassez generalizada” declarou durante seu discurso de posse. Em março de 2008 Raúl Castro liberou a venda de computadores pessoais (PC's) e DVD's em Cuba, a venda de telefones celulares e televisores a cidadãos comuns também foi liberada.
No final de abril, Raul Castro convocou uma assembléia do Congresso do Partido Comunista Cubano (PCC) para o segundo semestre de 2009, para redefinir os eixos políticos e econômicos do país. O VI Congresso do PC, quando ocorrer, terá decorrido onze anos sem que se tenha reunido o órgão supremo de decisão política de Cuba.
Após ter permitido a venda de alguns produtos a cubanos, o governo de Raul Castro começou a ser mais bem visto pela mídia internacional, inclusive, com a expectativa de que Chanceleres europeus retirem as sanções contra Cuba.
Em junho de 2008 a União Européia aceitou abrir mão das sanções diplomáticas contra Cuba, abriu um processo de diálogo político incondicional com a ilha. A decisão foi tomada apesar dos pedidos dos Estados Unidos para que os países mantivessem uma postura dura contra Havana.
Em 3 de junho de 2009, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou por consenso a anulação da resolução de 1962, que expulsava a ilha da organização
No mesmo dia 3 de junho, o ex-presidente Fidel Castro, em artigo publicado no Granma, acusava a OEA de ter aberto as portas "ao cavalo de Tróia (os Estados Unidos) que apoiou as reuniões de cúpula das Américas, o neoliberalismo, o narcotráfico, as bases militares e as crises econômicas." Nos últimos anos, governos de esquerda do sub-continente também têm defendido a formação de um grupo regional alternativo à OEA, sem a presença dos EUA.
Os EUA suspenderam restrições para que familiares de cubanos vivendo no país possam viajar a Cuba e o fim de condicionantes para remessas de dinheiro a parentes. Empresas norte-americanas de telecomunicações também foram autorizadas a participar de licenciamentos em Cuba.
Mesmo tendo seu impacto minimizado por Fidel, essas medidas darão acesso quase irrestrito (e de difícil controle) aos cubamos para as redes de telecomunicações americanas.
Horas antes da resolução da assembléia da OEA, sete deputados americanos, a maioria deles republicanos, haviam apresentado um projeto de lei que suspende o apoio financeiro dos Estados Unidos à organização, caso Cuba seja readmitida como país-membro do grupo.
Só em 2006 o povo cubano conseguiu recuperar quase o mesmo padrão de vida do final da década de 1980, e a economia de Cuba ainda hoje sofre as consequências do rígido embargo comercial, imposto pelos Estados Unidos desde 1962. De acordo com as autoridades cubanas, o embargo norte-americano teria causado uma perda de mais de 79 bilhões de dólares à sua economia.
O índice de pobreza de Cuba era o sexto menor em 2004 dentre os 102 países em desenvolvimento pesquisados (de acordo com a Pnud, organismo da ONU).
Cuba está entre os 70 países do mundo que ostentam um alto Índice de Desenvolvimento Humano (acima de 0,800); em 2007 o IDH de Cuba foi 0,838 (51° lugar).
Em 2006 o crescimento econômico de Cuba, segundo as últimas estimativas da CIA, foi de 11.1% (estimativa), e segundo as estimativas da CEPAL o PIB cubano pode ter crescido 12,5% (estimativa).
A produção industrial cresceu 17.6% em 2006, pela estimativa da CIA. A renda per capita dos cubanos atingiu US$ 4.100 em 2006.
A biotecnologia cubana já gerou mais de 600 patentes para drogas novas e inovadoras como vacinas, proteínas recombinantes, anticorpos monoclonais, equipamento médico com software especial, e sistemas de diagnósticos.
Em Cuba a prestação de serviços relacionados à saúde é totalmente gratuito, o que se espelha em seus indicadores padrão. A taxa de mortalidade infantil abaixo de 5 anos em Cuba é 7, (índice só superado nas Américas pelo Canadá, onde é de 6; nos Estados Unidos é 8, e no Brasil 33). A expectativa de vida ao nascer em Cuba é de 75 anos para os homens e de 79 para as mulheres; nos Estados Unidos é de 75/80). A mortalidade adulta, de 15 a 60 anos, é em Cuba de 128 para os homens e de 83 para as mulheres, índices só superados, nas três Américas, pelo Canadá e pela Costa Rica (no Brasil é de 225/118).
Em Cuba 85% das famílias são donas de suas próprias casas - portanto não pagam aluguel - e os 15% restante pagam de aluguel 1 ou 2 dólares mensais, computado em forma de amortização.
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